segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Boleiros




Porque a morte dos jogadores da Chapecoense, dos repórteres e da tripulação do avião nos tocou tanto?

Pensemos bem: a maioria de nós só conhecia a Chapecoense porque, algum dia, o time jogou contra o nosso time do coração.

Muitos sequer conhecem a linda e Santa Catarina.
Eu conheço.

Tenho até um amigo que mora lá, em Pomerode.

Mas pouco ou nada sabia (sei?) de Chapecó e da Chapecoense.

MCeQIL, pense no seguinte: com certeza, no Brasil, diariamente, morrem mais gente em acidentes de trânsito que os que morreram naquele voo.
Com certeza, temos mais homicídios por dia, que o número de mortos no voo.
E, talvez, tenhamos um número maior de suicídios que o número de mortos daquele voo.

Mas nada disso nos choca tanto, quanto a queda do avião dos jogadores da Chapecoense.

E porque é assim?

Não sei.
Mas vou chutar.
Quando pegamos um avião, nos colocamos inteiramente nas mãos de terceiras pessoas.
Não conhecemos o piloto, o copiloto, o engenheiro, o controlador de voo, o cara que aperta a porca que segura a rebimboca da parafuseta do avião.

Mas contamos que, todas essas pessoas, mais um monte de outras que cuidam daquele avião, fizeram tudo certinho e que, por isso, chegaremos tranquilamente onde pretendemos ir.

Quando cai um avião, ficamos pensando: quem fez M?
De quem é a culpa?

Só temos certeza que a culpa NÃO É de nenhum passageiro.

E sempre pensamos: poderia ser comigo... poderia ser o avião que eu vou pegar na minha próxima viagem...

Sou fatalista.
Acho que, quando chegar minha hora, chegou.
Pode ser numa queda de avião, numa batida de carro, “algum punhal de amor traído” que “completará o meu destino” (como canta Belchior I, o Sumido), ou em alguma cama de hospital mesmo.

Obviamente, não dou mole pro destino.
Ando de carro com o cinto de segurança, procuro não passear por lugares “perigosos” (seja lá como se possa definir isso...) e olho a cara da coxinha do boteco antes de comer, pra ver se ela não se mexe.

Mas é só.
O que tiver de ser, será.

Ao pessoal de Chapecó, as famílias de todos que morreram um sincero abraço.


 ***********************************************



Comecei a escrever este texto no sábado.
Acabei não conseguindo terminar e acabei não postando.

Na verdade, já tinha desistido de postá-lo pois, de sábado pra cá, coisas aconteceram, vi outras coisas, ouvi outros assuntos.

Só sei que hoje, por coincidência, fui olhar os filmes que eu tinha gravado da TV a cabo.
E entre eles estava “Boleiros”, filme de 1998, onde velhos jogadores contam velhas historias de futebol.

E lá pelas tantas, um daqueles velhos jogadores menciona o MARIO SÉRGIO.

Hoje em dia, só acredito naquilo que pode ser visto, ou ouvido, ou medido, ou pesado.
Ou em coisas invisíveis, mas cientificamente provadas.


Mas achei que tinha que publicar este texto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente. Mas lembre-se: blog é meu! Se for escrever bobagens e/ou baixarias, SERÁ CENSURADO. Sem dó nem piedade.
ATENÇÃO: SE NÃO ESTIVER CONSEGUINDO POSTAR SEU COMENTÁRIO, EXPERIMENTE, NA CAIXA "COMENTAR COMO", LOGO ABAIXO, MARCAR "ANÔNIMO". MAS NÃO ESQUEÇA DE ASSINAR SEU COMENTÁRIO.