segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A tal da "crise dos presídios"...




MCeQIL, para entender essa tal de “crise nos presídios” precisamos conversar sobre algumas coisas.

O mais importante, neste momento, é ter a consciência de que “presídio não dá voto”.
Nenhum político vai tentar ganhar o seu voto, prometendo construir um presídio ao lado de sua casa.

Da mesma forma, “bandido não dá voto”.
Nenhum político vai tentar ganhar o seu voto, prometendo melhores condições de cumprimento de pena para os estupradores.

Mas, acredite, É PRECISO CONSTRUIR PRESÍDIOS E DAR MELHOR CONDIÇÕES PARA QUE A BANDIDAGEM CUMPRA A SUA PENA!!!

Entendeu o problema?
Não se quer gastar dinheiro com preso, mas é preciso fazê-lo.

Como não se faz isso, parte-se para o mais simples: modificam-se as leis, para que os bandidos fiquem menos tempo presos e, assim, outros possam tomar o seu lugar.
Quase como se colocar uma porta giratória no presídio.

Não acredita?
Olha isso.

O preso tem, direito a diminuir um dia de pena para cada três trabalhados. Isso chama “remissão”.
Até algum tempo atrás, se praticasse a chamada “falta grave”, ele perdia TODOS os dias remidos.

Pois bem.

Mudaram a lei.
O cara hoje, que prática a tal da “falta grave” perde, no máximo, 1/3 dos tais dias remidos.
Ou seja, sai mais cedo, cedendo sua vaga pra outro.
E não tem medo de desrespeitar as normas do presídio, já que a “pena” é pequena.


Existem três regimes de cumprimento de pena, a serem cumpridos de forma PROGRESSIVA:

- no fechado, o cara fica, efetivamente, preso.

- no semiaberto, o cara NÃO vai pra rua: tem que cumprir pena no INSTITUTO PENAL AGRICOLA OU INDUSTRIAL. Existem poucos IPAs em São Paulo e nenhum IPI.

- No aberto, o cara NÃO vai pra rua: trabalha durante o dia e a noite vai dormir na tal CASA DO ALBERGADO, onde deve ficar durante os fins de semana também.

Tá na lei.

Mas, como não tem vaga no IPA, o cara do regime fechado vai pro aberto. Direto. Sem passar pelo semiaberto, como manda a lei.
Aí, como também não tem casa do albergado, o cara vai pra casa.


Legal, né?

Também importante.
Não há carinha “não perigoso” preso.
Pra ser preso, hoje em dia, no Brasil, é preciso cometer crimes graves (estupro, tráfico de entorpecentes, roubo, homicídio, latrocínio e poucos outros mais) ou ser multi-reincidente. Do contrário, paga “cesta básica” ou presta serviços à comunidade.

Aí, o cara bêbado, atropela alguém.
E todo mundo pede que ele fique preso, que "pague pelo que fez".
MCeQIL, crime culposo NÃO DÁ CADEIA.
Nem homicídio culposo.
TÁ NA LEI.

”, você deve estar perguntando, “mas o que fazer então?”.
Não sou especialista.
E sou cínico e pessimista.
Não acredito em “ressocialização” desses que estão por aí.
Estamos, imagino, na terceira geração de drogados/traficantes. Começou com o avô, passou pelo pai e hoje já temos o neto no tráfico/consumo de drogas.
Tem solução pra esses caras?

Os dois “freios morais” mais fortes, que por séculos indicaram os rumos pra humanidade, que eram a FAMÍLIA e a RELIGIÃO, já não mais existem.
Ninguém mais respeita os valores da família (a mulher, drogada, tem um filho, que “fez” com algum outro drogado. Vai cria-lo?).

As “religiões” da moda, são do tipo fast-food: você escolhe aquilo que quer cumprir, pagando por isso.

A solução para o “problema penitenciário” é óbvia, cara e só virá a longo prazo (20 anos? 30 anos?): educação, saúde e trabalho.

Mas você, MCeQIL, vê alguém trabalhando efetivamente nisso?

Enquanto isso, as “organizações criminosas”, matam seus adversários, bandidos como eles, sempre com requintes de crueldade.
Só pra chocar você.
E nós olhamos, torcendo para que todos eles se matem, trazendo alguma tranquilidade para nós.
Afinal, "bandido bom é bandido morto", né?

Esqueça.

Isso não vai acontecer.
Só vai piorar.

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